Projeto "Pulmão limpo, futuro brilhante": MPSC de Pomerode busca conscientizar adolescentes sobre os riscos dos cigarros eletrônicos

Primeira atividade contou com a participação de médico pediatra convidado e marcou o início de um percurso formativo de seis etapas voltado à prevenção e à reparação do dano

Fotos: Divulgação/MPSC

Em um momento de reflexão e aprendizado, as adolescentes que participaram do primeiro encontro do projeto “Pulmão limpo, futuro brilhante” compartilharam suas experiências e preocupações em relação ao uso de cigarros eletrônicos. Uma das participantes, ao relatar sua história, expressou: “Eu não fazia ideia de que aquilo poderia me trazer tantos problemas. Achei que não era tão grave e nem sabia que o uso era proibido no Brasil. Não imaginava que se tratava de um ato infracional”.

Realizado no Fórum de Pomerode, o evento marcou o início de um ciclo de seis encontros organizados pela 1ª Promotoria de Justiça da comarca, visando oferecer propostas educativas e reflexivas sobre a problemática do uso de vapes entre adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A ação surge em resposta ao aumento alarmante de boletins de ocorrência relacionados à entrega e uso desses dispositivos na região.

A promotora de Justiça Rejane Gularte Queiroz Beilner destacou a importância do projeto, ressaltando que muitos jovens desconheciam a gravidade da prática. “Diante desse crescimento, entendemos que era necessário agir de forma mais direta”, comentou. Recentemente, evidências mostraram que cerca de 30% dos jovens entre 12 e 19 anos em Santa Catarina já utilizaram cigarro eletrônico, indicando a urgência de intervenções educativas.

Durante a primeira atividade, o médico pediatra Sthevan Bernardon apresentou explicações técnicas sobre os efeitos prejudiciais do cigarro eletrônico no organismo dos jovens. Ele enfatizou que “o vapor do cigarro eletrônico não é apenas vapor – ele contém substâncias tóxicas, partículas ultrafinas e aditivos que podem causar danos silenciosos ao organismo”. A mescla de informações científicas com relatos pessoais contribuiu para o entendimento do tema e a conscientização dos participantes.

Uma jovem de 13 anos refletiu sobre a experiência: “Foi importante entender melhor o que isso causa na saúde. A gente escuta muita coisa pela internet, mas aqui deu para ver que tem consequências reais”. Essa troca de informações é essencial para que os jovens reconheçam os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos.

A legislação brasileira proíbe a comercialização e o uso de cigarros eletrônicos por menores. A Resolução da Diretoria Colegiada n. 46/2009 da Anvisa veta a distribuição desses produtos, e o Estatuto da Criança e do Adolescente reforça que qualquer ato de venda ou repasse pode resultar em responsabilização legal.

O projeto “Pulmão limpo, futuro brilhante” busca provocar uma mudança de mentalidade e comportamental nos adolescentes, promovendo um ambiente de discussão que favoreça a autonomia e a consciência crítica. Nos próximos encontros, que contarão com a participação de equipes da Secretaria de Saúde e de Assistência Social, o objetivo é continuar a abordar temas relevantes e de impacto direto na saúde da juventude.

“Eu comecei a usar o cigarro eletrônico porque estava em um momento difícil da minha vida. Não sabia de todos os riscos que trazia para minha saúde. Essas palestras vão me ajudar a ter mais consciência e propagar essas informações para minhas amigas”, declarou uma adolescente de 14 anos, demonstrando como a iniciativa poderá reverberar entre seus pares.

Com um olhar voltado para a saúde pública e a proteção dos adolescentes, a 1ª Promotoria de Justiça de Pomerode reafirma seu compromisso em promover ações educativas que previnam o uso de substâncias nocivas e garantam um futuro mais saudável para os jovens da comarca.