Em Pomerode, Blumenau, Joinville, muitas pessoas têm se interessado pelo hobby dos trens elétricos em miniatura, seja por pura diversão ou mesmo para preservar a memória ferroviária do país
Seja para relaxar, divertir-se, desestressar ou mesmo cultivar o amor pelas ferrovias, muitas pessoas têm aderido ao hobby do ferreomodelismo, afinal, o trem elétrico é uma excelente opção para quem está procurando algo para entreter a mente e passar o tempo. É um hobby saudável, que ajuda neste momento tão delicado pelo qual todos estão passando.
Em todo o estado de Santa Catarina, muitas pessoas têm se interessado pelos trens elétricos em miniatura, seja por pura diversão, hobby ou mesmo para preservar a memória ferroviária do país.
Em Pomerode, o eletricista industrial Rafael Eilers, 39 anos, iniciou-se neste hobby há quatro anos. “Sempre quis ter um trem elétrico, desde criança, mas nunca ganhei. Agora que tenho um filho, ele sempre me pedia de presente de Natal, então resolvi unir o útil ao agradável e comprei um para nós dois. Tenho uma locomotiva a vapor, dois vagões de passageiros e um de carga, um porta-contêiner duplo, uma gôndola aberta e duas plataformas. Não herdei a paixão de ninguém, mas já estou passando-a para meu filho”, conta. Em Blumenau, o representante comercial Randolf Grassmann, 54 anos, tem aproveitado o tempo que passa em casa para fomentar o hobby do ferreomodelismo. “Eu já tinha em mente o projeto de construir uma maquete antes da quarentena, pois este meu fascínio pelos trens vem desde os 12 anos, quando ganhei um movido a pilha. Com o tempo, parti para os trens elétricos e, hoje, comprei vários vagões, locomotivas e acessórios para iniciar minha maquete. Tenho até o espaço reservado em casa”, conta. Seu pai e seu avô tinham uma marcenaria e construíram trens de madeira para ele. “Meu filho também sempre esteve envolvido com este hobby, e mexemos nele semanalmente. Quero criar um canal no YouTube para postar passo a passo a construção de minha maquete e encontrar mais pessoas da região que gostem do ferreomodelismo”, conclui.
Já em Joinville, o aposentado Nivaldo Klein, 70 anos, começou neste hobby em 1981 para realizar um sonho de infância, vivida em São Paulo, e hoje possui, em sua coleção, aproximadamente 500 vagões e locomotivas. “Semanalmente faço pesquisas na internet em busca de informações sobre trens, ferrovias e do próprio hobby. Estou, inclusive, trabalhando em um projeto de uma maquete para expor minha coleção”, afirma Klein, que pretende passar esta paixão a seus herdeiros “Tenho dois filhos formados em arquitetura, que são plastimodelistas (construção de miniaturas fabricadas em plástico), e creio que irão herdar meu acervo com muito orgulho”, afirma Klein. A cidade abriga, inclusive, a Associação de Modelismo de Joinville, fundada em 1997 e que reúne aficionados por algum tipo de modelismo. Na mesma cidade, o piloto de helicóptero André Duarte Glória, de 50 anos, começou o hobby recentemente, por conta do filho que é fascinado por trens. “Iniciei há quatro anos, após uma viagem de trem que fizemos pelo Vale dos Vinhedos e Gramado, no Rio Grande do Sul. Pesquisei na internet sobre o assunto e descobri que a Frateschi vendia esses produtos. Comprei alguns para começar minha coleção e estou até montando uma maquete para rodar os trens”, explica Duarte. Já o vendedor Fábio Lilie, 36 anos, iniciou-se neste hobby há uma década. “Passei a gostar de ferreomodelismo quando ganhei de meu pai meu primeiro trem, aos 12 anos, e pretendo passar essa paixão aos meus filhos, quando tiver”, diz Lilie, que possui 14 vagões e duas locomotivas, que rodam em sua maquete ainda em construção. “Com a pandemia, pude mexer mais nela para deixá-la do jeito que gosto, e toda semana mexo nos trens, nem que seja por poucas horas”, conclui. O engenheiro eletricista aposentado Dirceu José Soncini, 66 anos, também de Joinville, teve seu primeiro contato com o ferreomodelismo há 16 anos, quando ganhou de presente de seu pai alguns trens. “Até 2005 mexia com o hobby esporadicamente, mas depois passei a me dedicar mais. Isso ocorreu em virtude de uma viagem que me despertou novamente esta paixão, e a partir de 2011 aumentei ainda mais minha dedicação a ele. Adquiri mais peças e comecei o projeto de minha maquete”, afirma Soncini, que possui, em sua coleção, cerca de 105 locomotivas e 250 vagões.
Um dos hobbies mais antigos do mundo O ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo, e sua origem remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães. De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos. Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou. “O ferreomodelismo é uma mistura de entretenimento, baseado em modelos de escala, e arte, pois os amantes deste hobby ficam fascinados quando começam a construir suas maquetes, fazer toda a parte de decoração e cenário e projetar as construções. É preciso ter capacidade de observação para se construir uma maquete, pois todo esse trabalho de reprodução do mundo real é totalmente artesanal”, diz Lucas Frateschi, diretor da Frateschi Trens Elétricos, empresa com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, que possui mais de 50 anos de atuação no mercado e é a única fabricante de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais na América Latina. “Em tempos como estes, em que as famílias têm ficado em casa, é preciso arrumar algum hobby para distrair a mente. As pessoas pensam que o transporte ferroviário morreu, mas ele está vivo e em expansão. A ferrovia é de valor estratégico imprescindível para um país como o Brasil, e este crescimento ajuda a fomentar ainda a mais a paixão que muitos brasileiros têm pelos trens, sendo que muitos passam o hobby do ferreomodelismo para as futuras gerações”, finaliza Lucas. Sobre a Frateschi Fundada em 1967, a Indústrias Reunidas Frateschi é a única fabricante da América Latina de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais. Situada em Ribeirão Preto, no interior paulista, tem a missão de divulgar e preservar a memória ferroviária do Brasil, por meio da prática do ferreomodelismo. Há mais de 50 anos neste mercado, a empresa tem a convicção de que importantes relações humanas, como a interação entre pai e filho, avô e neto e amigos, são fortalecidas em momentos descontraídos durante a prática deste hobby. Com atuação nacional e internacional, a Frateschi possui representantes nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará e Pernambuco, além do Distrito Federal. No exterior, seus representantes estão na Argentina, Chile, Uruguai, Austrália, Nova Zelândia, Rússia, Suíça, África do Sul e Taiwan. Mais informações podem ser obtidas no site www.frateschi.com.br.
Fotos: Divulgação
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